domingo, 24 de mayo de 2009

DOCE TILDE DE NASALIDADE

Depois de ter escrito ontem de manhã o meu pensamento, fiquei sentada mais um bocado, à frente do meu computador.
Tinha uma data de tarefas. Para além de lavar a loiça e preparar a comida, a tilde de nasalidade pairava a minha volta, parecia dizer "olha para mim, menina, cá estou eu, tens de estudar!! O som da sua alegre voz é, pura e simplesmente, música.
"Minha doce tilde de nasalidade!" Pensei. "Ainda bem que estás perto de mim, querida. Fica descansada, nunca esquecerei que há algum tempo, fui eu que te pedi para me ajudares, numa altura em que o meu coração flutuava numa imensa mágoa".
Portanto, ontem troquei a água da piscina pelas folhas dos meus livros. No entanto, mergulhei nelas, nadei entre todas essas palavras até ficarem tão dentro do meu cérebro quanto do meu coração.
É tão diferente o som de "coração".
São muito belas as reticências que polvilham o fim de uma frase de amor, fazem com que se duvide entre fechar uma porta ou encostá-la.
É sincero um hífem que fala de "adoro-te".
É tão doce o som de uma "avó" quanto o som de um "avô". Quer fechado, quer aberto.
A saudade que veste uma frase entre áspas, é lida por inúmeras pessoas, más só uma delas é capaz de a despir.
Às vezes, é saudável pôr asas nos pés e descolar, abrimos o nosso coração como quem abre uma janela no Verão, porém eu aprendi de cor que na aterragem, há coisas que não se pronunciam, é o que tem a última vogal da palavra "realidade".

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